terça-feira, 30 de abril de 2013

Poetisa - Evany Neves - Negra Vana



Poetisa - Evany Neves

Evany Neves nasceu em São Paulo, no Bairro da Vila Prudente, no dia 14 de janeiro de 1960, Ainda recém-nascida seus pais mudaram para Vila Formosa onde passou toda sua adolescência. Mudou-se para o bairro de Guaianases aos dezoito anos, Onde casou e teve seis filhos. 
Negra e de família humilde, Evany enfrentou diversos preconceitos. Começou a escrever ainda na adolescência, e encontrou na poesia uma maneira de expressar seus pensamentos e manifesta-los sobre a realidade que a cercava. Suas poesias entre outras coisas apontam para os antagonismos que permeiam a sociedade.
Começou a trabalhar aos quatorze anos como costureira para ajudar na renda familiar Mesmo depois de casada e com seus filhos ainda pequenos, não parou de trabalhar. Desenvolveu diversas atividades desde a marceneira, à merendeira numa Escola Pública de Guaianases, onde tentou concluir os estudos sem sucesso. 
Evany foi obrigada a interrompe sua produção literária após ter ficado tetraplégica em 2009, Após uma cirurgia mal sucedida. Atualmente a poetisa busca o patrocínio de editoras para lançar seu primeiro livro de poesias.


Por: João Cairo & Mano Chel


Abaixo leia uma de suas poesias


NEGRA VANA

Catiça de negra Vana
Pega moço e velho sem vê
Negra feita menina ou mulher
Doce como chocolate no pavê

Pode ser mandinga o seu sorriso
Até mesmo seu jeito de andar
Carícia de negra Vana tem veneno
Dilacera no peito até matar

Mulher cheia de malícia
Que se faz menina manhosa
Mas é forte de muita substância
É fera de garras poderosas

Pede com jeito, mas os olhos ordenam.
Faz com carinho e seu amor atarraxa
Fala baixo, mas grita no coração.
Dança e canta como uma carrasca.

Todos a chamam negra Vana Leviana
Pelo seu jeito de ser
Mas o sofrimento de negra Vana
Ninguém poderá abater

Deixar ela com seu riso escandaloso
Com seu requebrado impiedoso
À noite tudo muda, na escuridão.
Negra sorriso, lava com lágrimas o coração

E então, escandaloso é seu sofrimento.
Impiedoso os açoites de sua vida
A magoa é quem lhe é leviana
A dor que é amiga de negra Vana

Às vezes negra, neguinha, negona.
Às vezes menina, moça, mulher.
Ora amiga, amante, companheira
Nega Vana é sempre muito faceira

Mulher que derruba as barreiras
Em busca de seu ideal, e se faz única em seu astral, 
Sorri na guerra e chora por amor
Confundindo os poetas com seu furor.


Autora: Evany Neves

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